Aqui fica a notícia, retirada do Jornal "O Setubalense".
Os efeitos e as consequências do consumo de estupefacientes foram explicados a alunos do 9.º ano da Escola Secundária Luísa Todi, durante uma “aula” apresentada pelo chefe João Rodrigues da PSP de Setúbal.
Ana Maria Santos
red.asantos@osetubalense.pt
O programa, elaborado pelo chefe João Rodrigues, da PSP de Setúbal – a quem coube a apresentação da “aula” – constava de uma explicação sobre a diferença entre drogas naturais e sintéticas e drogas legais e ilegais, com indicações precisas sobre a forma de apresentação, meios de administração e efeitos, grande parte dos quais permanentes, para o organismo.
Servindo-se da sua experiência profissional – João Rodrigues esteve durante alguns anos a chefiar a esquadra de Alcântara, que abrangia todo o ex-Casal Ventoso -, este responsável da PSP de Setúbal relatou alguns casos, dramáticos, de situações que presenciou, nomeadamente a de um casal de toxicodependentes, em estado terminal, e a degradação em que ambos viviam. Também a título de exemplo, contou o caso de uma detenção efectuada a um jovem de 18 anos – que traficava no Casal Ventoso e não tinha qualquer dependência -, a quem foram apreendidos vários quilos de droga e cerca de 10 mil contos. Depois de algum tempo detido, o jovem teve permissão de ir a casa durante um fim-de-semana, altura em que foi encontrado morto, executado a mando do traficante para quem havia vendido a droga.
Fazendo sempre a ligação entre uma vida saudável e a degradação provocada pelos estupefacientes, João Rodrigues lembrou várias vezes aos alunos que os dependentes são o lucro dos traficantes de droga, o elemento que os faz ter vidas faustosas a custo da miséria humana.
Tal como já referimos, este é um projecto completamente elaborado pelo chefe João Rodrigues que tem como objectivo deixar na mente dos adolescentes as imagens, algumas chocantes, das consequências de uma dependência, o quanto é quase impossível a cura e a vida miserável em que se transforma o futuro de quem se inicia nas drogas. O facto deste programa ser apresentado a alunos a partir do 9.º ano é porque, tal como referiu a «O Setubalense» este responsável policial, “são adolescentes já com idade para entender a mensagem que lhes é passada e, alguns deles, até já com algumas experiências”. Em idades inferiores não se mostra aconselhável este tipo de informação “porque a mesma, em vez de ser benéfica e trazer resultados positivos, pode ter efeito contrário e despertar curiosidades muito negativas”.
Para além deste programa, João Rodrigues elaborou um outro sobre o álcool, um dos problemas mais graves entre os adolescentes da actualidade e que está igualmente disponível para ser apresentado em escolas do ensino secundário.